Se a Rússia e a Ucrânia entrarem em guerra franca, os Estados Unidos e
seus aliados terão difíceis escolhas pela frente sobre como ajudar um
país amigo, mas que eles não querem dentro da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan).
Em um ato visto como um dos mais graves desde o início dos conflitos, a
Ucrânia afirmou ter destruído um comboio de veículos armados que
entraram no território a partir da Rússia.
Moscou classificou os relatos como “fantasia”. A Otan confirmou o que
chamou de “incursão”. A Ucrânia não especificou se os veículos eram
conduzidos por tropas russas ou rebeldes separatistas, e não ficou claro
se a Rússia responderia.
Se Moscou tomar alguma ação contra os membros da Otan, isso
inevitavelmente acionaria a cláusula 5, de defesa mútua da aliança,
levando a uma guerra. A Ucrânia, contudo, não é um país-membro, e
autoridades do Ocidente dizem que nem está perto de ser.
Os EUA e outras nações passaram os últimos cinco meses criticando as
ações do governo russo, comandado por Vladimir Putin e descrevendo suas
ações como inaceitáveis. Eles acusam Moscou de armar os rebeldes, algo
negado pelo Kremlin.
A realidade, no entanto, é que EUA e países europeus querem evitar um confronto potencialmente nuclear com os russos.
Uma ação direta dos países da Otan permanece fora de cogitação, dizem autoridades atuais e antigas.
“O Ocidente já está pressionando até o limite e fazendo o que julga
possível sem entrar em um confronto sério com a Rússia”, afirmou Samuel
Charap, ex-autoridade do Departamento de Estado norte-americano e agora
membro sênior do International Institute for Strategic Studies.
“Podem haver mais sanções. Pode haver mais apoio aos ucranianos, mas
além disso eu realmente não vejo os EUA fazendo muito mais.”
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