Hinos

domingo, 31 de maio de 2015

CRISE – Polícias e Exército se preparam para conter caos devido a seca.


Militares do Comando Militar do Sudeste realizam exercício de Proteção de Infraestrutura Crítica na SABESP, São PAulo. A Crise Hídrica tomando forma.
Júlio Ottoboni
Especial DefesaNet
Um imenso contingente de policiais militares e das forças armadas, em particular do Exército, está sendo preparado para intervenções na área da cidade de São Paulo,  a a chamada Grande São Paulo, que engloba 39 municípios e uma população de mais de 20 milhões de pessoas. Essa enorme concentração populacional que deve ficar sem água a partir dos próximos meses. Temendo uma insurreição só comparada à Revolução Constitucionalista de 1932, o governo paulista e o governo federal se organizam para conter um provável levante civil.

Esse é o cenário esperado pelas autoridades e pré anunciado pelo DefesaNet, com exclusividade, em novembro do ano passado. Naquele período, já em outubro de 2014, o governo paulista já tinha enviado militares de sua força pública para cursos com a SWAT, grupo tático especial que se especializou em ações em grandes manifestações nos Estados Unidos . Na época foi dito:

“O governo do Estado de São Paulo está preparado para possíveis manifestações na capital paulista por falta de água. A inteligência da Polícia Militar de São Paulo  (PM/SP), trabalha concretamente com a possibilidade de levantes sociais graves, nos quais sejam necessários a intervenção policial. No começo deste mês integrantes da alta cúpula da segurança pública do governo estiveram nos Estados Unidos, com a direção da SWAT, pois há ainda o temor de ações de extremistas infiltrados em possíveis ações populares”.

A situação evolui e chegou a conclusão que além das manifestações que podem tomar caráter de revolução armada, gerando o caos completo, os suprimentos dos reservatórios estão gravemente comprometidos seja por poluição ou por falta de água. Isso seria o processo de aridificação já anunciado pelos cientistas que estudando as mudanças climáticas oriundas do aquecimento global.

O verão ficou cerca de 15% abaixo da média história para o período de chuvas no Sudeste. Além de mudanças ocorridas no clima amazônico, pelas constantes agressões ambientais e que impediram o transporte de umidade para o Sudeste e Centro-Oeste do país, há o surgimento constante de barreiras oceânicas para o ingresso de frentes frias que geram chuvas, devido ao aquecimento anormal da Temperatura da Superfície do Mar (TSM).

O Sudeste, Sul e o Centro-Oeste do Brasil estão na faixa dos grandes desertos do Hemisfério Sul do planeta, como os de Atacama, da Namíbia, do Kalahari e os três existentes na Austrália. Essa região somente conseguiu sobreviver como área fértil devido a Mata Atlântica, hoje reduzida a 7% de seu tamanho original, e ao transporte de umidade da Floresta Amazônica.

No ano passado, o meio científico já tinha se manifestado. Um dos mais importantes cientistas em meteorologia do país, Paulo Nobre, do INPE, teme o agravamento desta situação. “Um colapso de abastecimento de água representa um problema de segurança pública, grandes mudanças foram precedidas por alterações climáticas como a história nos mostra na revolução francesa e na próxima revolução russa”, observou.

Há também a possibilidade concreta de grandes fluxos migratórios para as regiões onde ainda existem água, como o Vale do Paraíba, que é a região mais próxima da grande São Paulo. O ue levaria a exaustam não só dos recursos naturais, como gravíssimos conflitos sobre a posse da água e da terra, incluindo a propriedade privada. Os distúrbios estão previstos dentro de um cenário real de conflito pela água em todo Estado paulista e podendo desencadear ações semelhantes no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul.

Na manhã de quarta-feira (27 MAIO 2015), grupos de militares do Comando Militar do Sudeste (CMSE), realizaram um exercício de Proteção de Infraestrutura Crítica, nas instalações da SABESP, empresa responsável pelo abastecimento de água de São Paulo, localizada no Bairro Pinheiros, capital São Paulo.

São Paulo tem sido estudada por vários ângulos de segurança pública. Como manter a ordem e a cidade fluindo em um ambiente de tensão? A experiência de 2006, ainda não foi totalmente analisada.

A campanha eleitoral municipal, em 2016, a criminalidade crescente, o distúrbio provocado pela crise econômica e desemprego evoluindo levam a um caldo de CRISE em letras maiúsculas.

Nota: Mais artigos sobre a crise hídrica podem ser localizados na Cobertura Especial CRISE

Matérias Recomendadas


Seca em São Paulo é tratada como caso de segurança pública Link

Water shortage becomes public security issue in São Paulo Link

A seca não vem da Amazônia Link

MEGACIDADES - O Fenômeno da MEGACIDADE e o Universo Paulista Link

Megacidades: SP e RJ pelo US Army Link

Megacidades – US Army analisa desigualdade social e o poder do PCC em São Paulo Link

Megacidades: US Army analisa ocupações irregulares e poder paralelo no Rio de Janeiro Link


Fonte:www.defesanet.com.br/http://saladeestado.blogspot.com.br/

'Maré devia estar sob estado de sítio', diz coronel que ajudou a ocupar Alemão'Maré devia estar sob estado de sítio', diz coronel que ajudou a ocupar Alemão.

Coronel Fernando Montenegro, hoje na reserva, defende teses polêmicas sobre como deveria ser a atuação da tropa na região
Coronel Montenegro comandou uma das forças-tarefa que ocuparam o Alemão em 2010
Foto:  arquivo pessoal
JULIANA DAL PIVA
Rio - O coronel Fernando Montenegro comandou uma das duas forças-tarefa que ocuparam o Complexo do Alemão em 2010. Agora, na reserva, conta com exclusividade detalhes da organização da missão e defende teses polêmicas sobre como deveria ser a atuação da tropa na Maré. Para ele, o governo deveria decretar uma espécie de estado de sítio na região.
O DIA: Qual a diferença entre o trabalho das Forças Armadas e da Polícia no Alemão e na Maré?
CORONEL MONTENEGRO: O Exército fica no terreno ocupando 24 horas. Não reduz efetivo. Do soldado até o general, todos ficam lá dormindo dentro da base. Você não vai para casa. É como se estivesse no Haiti. É uma coisa extremamente desgastante. A Polícia tem um sistema de rodízio. O policial fica ali um tempo e depois vai embora. Muitos deles fazem atividade paralela, onde têm uma outra fonte de renda e muitas vezes dão mais prioridade para aquilo que ao serviço. Alguns, todo mundo sabe, gostam de ser policiais para poder ter a arma. Enfim, isso não me interessa. O que quero caracterizar é que a forma de atuação do Exército é muito diferente. Foi uma realização, mas muita coisa tinha que ser feita para arrendondar a operação.
Como o quê?
Praticamente o mesmo que teria que arrendondar na Maré: uma regra de engajamento que permita fazer o trabalho que tem que ser feito. A situação em que se pode fazer o uso da força.
E qual seria a situação?
Uma regra para uma tropa nessa situação tem que ser similar a uma área com situação de anormalidade, estado de defesa ou de sítio ou alguma coisa que se aproxime disso. Isso é uma decisão no nível político. As Forças Armadas acatam, mas está sendo um desrespeito (não declarar estado de sítio) com a Constituição.
Foi assim que funcionou no Alemão?
Começou com uma operação de impacto e sem aviso. Não deu tempo dos traficantes saírem de lá. Logo em seguida foi concedido um mandado de busca e apreensão coletivo em que a tropa poderia entrar em todas as casas. Você anda pelo Alemão e vai ver um paraquedas pintado na porta de vários barracos e casas. Aquilo ali significava que a tropa tinha entrado nas casas para fazer revista em busca de drogas e armas. Achou-se muita coisa. Depois, pintava-se do lado de fora do barraco um paraquedinhas para mostrar que aquela casa já tinha sido inspecionada. Era mais por uma questão de gestão e organização. Você tinha uma liberdade que não tem comparação. Na Maré, a tropa não tem liberdade para entrar nas casas. No Alemão, funcionou assim por quatro ou cinco meses.
Funcionava como um estado de sítio?
O que tinha era o mandado. O estado de sítio vai muito além. Tem toque de recolher e várias coisas como a proibição de fazer reunião. É bem mais limitativo. Só que essa mania do brasileiro de fazer o jeitinho deixa mais complicado de você fazer a coisa funcionar do jeito que tem que ser. As Forças Armadas não podem errar porque depois não tem ninguém para chamar.
Mas não fica difícil para controlar casos de abuso?
O bandido tem muito mais liberdade do que a tropa para atuar. Teria que ter uma liberdade pelo menos similar a do bandido. Ele tem a vantagem da invisibilidade porque ele está diluído na população. Existem princípios de uso proporcional da força. Se uma pessoa está para te dar uma facada, você não pode dar um tiro nela. Isso é muito complicado.
Isso não criaria uma situação de confronto extremo em meio à população?
Já deu tempo suficiente para perceber que do jeito que está não vai funcionar. A sociedade precisa decidir qual é o preço que ela quer pagar para ter segurança. Isso logicamente envolve desgaste e envolve uma escolha mais inteligente dos políticos.
Não é uma guerra no meio da cidade?
O Rio é o único lugar do mundo onde você tem grupos de 40 pessoas andando com fuzil por becos e vielas e se diz que aquilo é uma situação de normalidade. A gente chama isso de democracia? Já é uma guerra.
Nenhum país venceu o tráfico de drogas. Esse esforço não é inútil?
Na Inglaterra, EUA, Israel e França a polícia atua de uma forma muito mais confortável e nem por isso fica uma caça às bruxas. Tem que dar uma resposta proporcional à violência que está ocorrendo. Nesses países tem um protocolo de atuação que não é tão questionado quanto os dos órgãos brasileiros quando tem que fazer o uso da força.
Nos EUA há grande contestação à atuação policial em mortes envolvendo negros.
O contexto social é diferente. Lá tem muito mais segurança que no Brasil. Tem policiais que cometem erros. Mas nos EUA, se você desrespeita um policial como acontece aqui, qual a primeira coisa que ele faz ? Saca a arma e aponta para você, vai um outro para cima e te empacota todo, imobiliza e já te bota com a cara no chão. Isso aí no Brasil, você vai botar a mão não pode: ‘imagina, só porque ele xingou’.
Mesmo com esse esforço o Alemão ainda registra conflitos. O que faltou?
É preciso que se entenda que as UPPs são completamente diferentes das Forças de Pacificação comandadas pelas Forças Armadas. Já se percebe que as UPPs necessitam de ajustes de acordo com o lugar para ter eficácia.
DA REALIDADE À FICÇÃO
Após a missão de pacificação no Complexo do Alemão, o coronel Fernando Montenegro decidiu ir para a reserva e trabalhar como consultor de segurança. Além disso, convidou um amigo para escrever um livro de ficção sobre a experiência vivida no Rio.
A obra levou o nome de ‘Comando Verde’. Segundo ele, o título foi escolhido em função da maneira como o Exército passou a ser chamado no Alemão depois da ocupação. “Em alusão ao Comando Vermelho”, conta o militar.
Montenegro diz que aproveitou a obra para contar de modo romanceado diversos detalhes da operação. “O livro fala muita coisa dos bastidores, de forma diluída e ficcional porque, como protagonista, não posso dizer ao vivo e a cores tudo que eu sei”, explica.
No fim do ano passado, ele se mudou para Portugal. Mas segue em contato com antigos comandados que agora trabalham na Maré. Em artigo publicado na última semana, ele diz ter ficado sabendo que o tráfico de drogas na região reduziu o lucro de R$15 milhões mensais para R$300 mil .
O Dia/montedo.com