Além do Sistema Astros FN 2020, a Força Naval também empregou pela primeira vez o Radar Saber M60 (Sistema de Acompanhamento de alvos aéreos Baseado em Emissão de Radiofrequência). A Operação Formosa 2014 foi dividida em quatro fases: o deslocamento da tropa do Rio de Janeiro para Brasília; as oficinas, quando os batalhões são agrupados por assuntos específicos; os temas táticos, que são a simulação de uma situação de crise, culminando em uma operação anfíbia; e, por fim, a fase da demonstração.
Operação Formosa
Utilizando munição real, a Operação Formosa tem o objetivo de aprimorar o treinamento e manter as condições de pronto-emprego dos meios operativos e militares do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha. Na prática, caso o país precise, os homens devem estar prontos em até 48 horas para qualquer tipo de missão como as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em áreas de risco – a exemplo do que está acontecendo no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
O exercício também objetiva a capacitação dos fuzileiros navais para missões de paz, entre elas a Minustah, no Haiti, e a Unifil, no Líbano. Além de assistência humanitária em áreas atingidas por calamidades públicas, como a ocorrida no terremoto no Chile em 2010, quando foi montado um hospital de campanha para apoio ao socorro das vítimas.
Ademais, o treinamento fortalece a troca de experiências com militares estrangeiros. Este ano, a Marinha dos Estados Unidos participou do exercício. De acordo com o comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), almirante Gomes da Luz (foto abaixo), o treinamento vem firmando parcerias de grande importância para a Força.
“Nós tivemos o intercâmbio com a medicina expedicionária dos marines (fuzileiros norte-americanos) e observadores colombianos que vieram assistir ao exercício. A medida que os anos passam, Formosa vem tomando corpo nacional e internacionalmente”, afirmou o almirante.
Meios empregados
Tanto o sistema Astros quanto o Radar Saber são de fabricação nacional e foram adquiridos ano passado. Integrado ao sistema de defesa aeroespacial brasileiro, o Radar foi empregado na defesa antiaérea do Estádio do Maracanã, no Rio, durante a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014.
O sistema Saber é um radar de busca e vigilância, podendo detectar alvos a aproximadamente 5 mil metros de altura e com capacidade de processamento de 40 alvos simultâneos. O equipamento é capaz de diferenciar e classificar aviões e helicópteros.
Já o sistema Astros FN 2020, possui além das capacidades mencionadas, a vantagem de agregar um sistema digitalizado de comando e controle instalado em uma única viatura.
Também foram empregadas 160 viaturas, distribuídas entre caminhões, viaturas leves, ambulâncias e blindados, como os Carros Lagarta Anfíbios-CLANF, M-113 e viaturas blindadas Piranha, semelhantes aos utilizados no Haiti e no Complexo da Maré.
O exercício contemplou manobras com duas aeronaves UH-15, o Super Cougar, uma aeronave UH-12, conhecida como Esquilo, e dois caças A-4 Skyhawk, da Marinha do Brasil, que vieram da Base Aérea de São Pedro da Aldeia (RJ) e ficaram sediados na Base Aérea em Anápolis (GO). Já com relação aos armamentos, foram disponibilizados para a operação, dentre outros, cinco obuseiros de artilharia Light-Gun e quatro lançadores de mísseis Superfície-Ar Mistral.
Defesa NBQR
A ação ainda expôs as atividades do sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR). O CFN também está capacitado para reconhecer e identificar agentes químicos, biológicos e radiológicos. “Em uma situação real, existe uma estrutura para atender medidas de proteção, detecção, identificação e descontaminação desses agentes”, afirmou o comandante do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais, capitão-de-fragata Gioseffi.
O comandante Gioseffi também apresentou o Robô Defender D2, adquirido recentemente pela Marinha para a Copa 2014, que cumpre várias etapas no processo de desativação de artefatos explosivos. O equipamento é totalmente remoto e operado a uma distância de até 1km, o que permite maior segurança para os militares envolvidos.
Na demonstração, o robô realizou uma varredura no compartimento até a sua detonação. “As câmeras e sensores reportam para o operador em um monitor qual é a situação daquele compartimento, onde está e qual o tipo de artefato. Em uma segunda fase, ele se aproxima, tira um raio-X e investiga para saber que tipo de explosivo tem dentro da caixa suspeita. A partir daí, ele remove o artefato do compartimento, transportando para um lugar seguro onde possa ser detonado”, explicou o comandante.
Também estiveram presentes no evento o chefe de Operações Conjuntas (CHOC), almirante Ademir Sobrinho; o vice-chefe de Assuntos Estratégicos (VCAE), almirante Mathias; o comandante do 7° Distrito Naval, almirante Farias Alves; o chefe do Estado-Maior do Comando de Operações Navais, almirante Lima Filho e diversas autoridades militares.
Fotos: Tereza Sobreira
Vídeo: Tenente Fayga Soares (imagens) e Pedro Dutra (Edição)
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
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