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domingo, 30 de novembro de 2014

Morte de cabo do Exército no Complexo da Maré gera comoção nas redes sociais


RIO - Corpo do cabo do Exército Michel Mikami é transportado para São Paulo, com honrarias de herói. - Reprodução/Facebook
RIO - A comoção pelo assassinato do cabo do Exército Michel Mikami, morto na favela Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, na última sexta-feira, gerou uma grande mobilização nas redes sociais. Colegas de farda, amigos e parentes manifestaram-se no Facebook por meio de mensagens de revolta e apoio mútuo. Muitos trocaram as fotos de perfil por uma simbólica bandeira do Brasil, em preto e branco, com a inscrição “luto”. Algumas pessoas usaram a tag #eternoMikami. Indignado, um amigo que também serve ao Exército escreveu: “Até quando vamos ver essa cena??? Até quando os jogadores vão ser os heróis desse país???”. A revolta foi ainda maior após a divulgação de vídeos de traficantes da Maré comemorando a morte do jovem. A página “Poder Militar Brasileiro” divulgou a informação na rede, que foi compartilhada por mais de 150 pessoas e cerca de mil comentários.
A missão de Michel no Rio, que foi atingido durante patrulhamento, terminaria na próxima terça-feira. Em resposta ao crime, o governador Luiz Fernando Pezão anunciou que pretende conversar com a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Força de Pacificação permaneça no Complexo da Maré após dezembro, prazo inicialmente previsto para a retirada da tropa. Um inquérito já foi aberto para apurar as circunstâncias da morte do cabo, de 21 anos.
Imagem do Facebook - Reprodução
Michel foi velado na madrugada de sábado no Hospital Central do Exército, em Benfica, em cerimônia reservada para os militares. Em seguida, o corpo seguiu para Vinhedo, no interior paulista, cidade natal do cabo. O enterro ocorreu neste domingo, por volta do meio-dia, com honras militares. Cerca de 400 pessoas acompanharam a cerimônia. Além das honras militares protocolares, os companheiros prestaram uma série de homenagens, rezando e bradando gritos de guerra. Um dos momentos mais emocionantes foi quando uma tia do cabo ergueu uma fotografia do sobrinho e gritou “Ele morreu defendendo o Brasil e lutando contra as drogas”, segundo o relatou o jornalista Lúcio Borges, que acompanhou o enterro.
Em seu perfil no Facebook, a namorada de Michel, Drielle Lima, escreveu “dor sem fim”.
RIO - Morto no Complexo da Maré, o cabo era natural de Vinhedo, onde foi enterrado - Reprodução/Facebook
Michel foi criado numa igreja evangélica e era uma pessoa de fé, em junho ele fez uma tatuagem no braço direito: “Alimento sua fé e seus medos morrerão de fome”. Drielle fez a mesma tatuagem. Em março, o cabo fez uma declaração para a namorada na qual citava a importância de Deus. Ele escreveu: “Eu não sei o motivo e nem o porquê.! apenas tenho a certeza de que o cara la de cima sabe de tudo.! e sabe oque em nossas vidas é melhor para nós.!” (sic).
RIO - Após mortes, policiais civis e militares organizam manifestação em Copacabana. O lema é "A vida do policial é sagrada, como toda vida é". - Reprodução/Whatsapp
Ainda nas redes sociais e em grupos do Whatsapp, policiais civis e militares uniram-se diante das mortes recentes de colegas. Só na madrugada deste sábado, três policiais militares foram assassinados na Região Metropolitana do Rio. Juntos, eles estão organizando a manifestação com o lema “A vida do policial é sagrada, como toda vida é”, para o próximo dia 14 de dezembro, às 9h, no Posto 6, em Copacabana.

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