MINISTÉRIO DAS INCAPACIDADES
O ministério do segundo mandato de Dilma (Alan Marques/Folhapress) |
General Clóvis Purper Bandeira*
No conturbado período das Regências, que ocuparam o vácuo político
criado pela ida de D. Pedro I para Portugal, deixando no Brasil um
príncipe herdeiro ainda criança, houve um fato interessante: após a
renúncia do Regente Padre Feijó, assumiu a Regência Una Pedro Araújo
Lima – mais tarde Marquês de Olinda – que governou de 1837 a 1840,
quando o período regencial acabou, em virtude da decretação da
maioridade de D. Pedro II.
Na tentativa de apaziguar o país, sacudido por uma série de revoltas,
Araújo Lima escolheu um ministério composto por seis figuras políticas
de alto prestígio, que ficou conhecido como o Ministério das
Capacidades.
Passados 177 anos, agora sob a Regência Una de Dilma Roussef, temos o
fato inverso: a regente escolheu, para decepção dos brasileiros, um
Ministério das Incapacidades, composto por dezenas de nulidades
políticas para ocupar seus inacreditáveis 39 ministérios.
Os ministros não são do ramo, com raras e honrosas exceções, localizadas
principalmente na área econômica – uma tentativa desesperada de manter à
tona a nau tupiniquim, que faz água por inúmeros rombos no casco,
causados pelo impacto de muitos tiros de grosso calibre dos canhões da
corrupção e da incompetência gerencial do desgoverno petista.
Trata-se da equipe mais frouxa e desarranjada jamais reunida para tocar a
administração pública federal. A única norma de escolha parece ter sido
agradar aos pequenos partidos da base que reelegeu a regente, mesmo que
desagrade a seu partido e a seu principal e maior aliado.
Exemplo da falta de critério é o Ministro da Defesa, um médico que virou político profissional
e que nunca se preocupou com nenhum aspecto da defesa nacional.
Alega-se, para justificar a escolha, que o ex-Governador da Bahia
estudou por sete ou oito anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Isso
equivale a considerar um ex-estudante leigo do Colégio Santo Inácio –
orientado por padres jesuítas – apto para tornar-se bispo.
Há quem considere a desastrosa seleção para os ministérios uma simples
soma de quantos votos os partidos dos ministros trazem para o governo.
Caso todos os votos desses partidos nanicos fossem favoráveis às
pretensões governamentais, haveria força política para fazer até
reformas constitucionais de seu interesse.
Tal conta é simplória, pois cada selecionado gera reações nos seus
correligionários que se julgam tão ou mais preparados para o cargo, além
de não considerar os votos contrários resultantes do descontentamento
de grande parte dos políticos dos dois maiores partidos da coalizão no
poder, que manifestarão, na hora das votações, seu desagrado pela
preferência dada aos partidos menores.
Certa, mesmo, é a incapacidade e mediocridade da equipe ministerial, num
momento difícil da vida nacional, quando seria importantíssimo contar
com a colaboração das melhores capacidades de nosso mundo político.
*Editor de opinião do Clube Militar
Comento
Além de tardio, o artigo do general têm um erro crasso: Jaques Wagner
não é médico, aliás, não possui curso superior. Abandonou o a faculdade
de Engenharia na PUC/RJ em 1973, quando se mudou para a Bahia.
Fonte:http://montedo.blogspot.com.br/http://saladeestado.blogspot.com.br/
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