Após analisar o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o
Clube Militar divulgou novo texto para seus associados no qual pede
medidas judiciais contra os "crimes" cometidos pela comissão. Intitulado
Uma Mácula a ser Limpa e assinado pelo general da reserva Gilberto
Rodrigues Pimentel, o texto diz que o documento da CNV envereda pela
calúnia e difamação ao apontar nomes de militares que, segundo a
comissão, teriam cometido crimes contra humanidade, como sequestro e
tortura, considerados imprescritíveis pelo direito internacional.
"Há no seu conteúdo muitas pessoas, mortas e vivas, que em momento algum
tiveram os seus nomes vinculados a qualquer evento que pudesse levá-los
a estar nesse relatório leviano", afirmou o general da reserva. Entre
os citados como "injustiçados" da "malfadada lista", estão o general
Castelo Branco, que governou o País entre 1964-1967, e o brigadeiro
Eduardo Gomes, "simplesmente o patrono da Força Aérea Brasileira".
"Nossas Forças Armadas têm obrigação de se manifestarem, até mesmo
judicialmente, na defesa de sua história e de seus integrantes", afirma
no texto. Segundo o Clube Militar, "é inadmissível aceitar passivamente
que uma comissão que se fez espúria, por suas próprias resoluções,
resolva qualificar como criminosa toda cadeia de comando nacional,
envolvendo presidentes, ministros e comandantes militares de toda ordem,
por irresponsavelmente querer assim fazê-lo, sem nenhuma comprovação e
seguindo unicamente seu juízo sectário".
O documento diz ainda que o relatório final da CNV é uma "ignomínia
imperdoável" por propor um "pérfido maniqueísmo" que relegaria ao
"esquecimento fraudulento" os crimes do "terrorismo" na década de 70. Na
quinta-feira passada, os clubes militares divulgaram lista com os nomes
de vítimas da esquerda. O levantamento, porém, continha erros.
"É, sim, uma questão de honra institucional a ser defendida", termina a
nota, conclamando os militares a tomar as medidas jurídicas: "Com a
palavra as Forças Armadas do Brasil".
ESTADO DE MINAS/montedo.com
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