Força Aérea afirmou que atua 'firmemente' para coibir desvios de conduta.
Do G1, em Brasília
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta sexta-feira (12), por meio
de nota oficial, que os dois militares acusados de receber propina de
uma empresa norte-americana de manutenção de motores de aeronaves não
têm patente de oficial. Segundo a FAB, um dos suspeitos é um suboficial,
e o outro, um sargento. Os nomes dos militares não foram divulgados
pela Força Aérea.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Dallas Airmotive
detalhou que, entre 2008 e 2012, subornou funcionários da FAB e do
gabinete do governo de Roraima, que, na época das irregularidades, era
administrado por José de Anchieta Júnior (PSDB). Veja aqui a íntegra do
documento, em inglês.
No comunicado divulgado nesta sexta, a Força Aérea afirmou que já apura
os fatos a fim de identificar os responsáveis e os detalhes da denúncia.
Caso o pagamento de suborno seja confirmado, a FAB diz que "todos os
procedimentos para punição, previstos em lei, serão adotados".
"Cabe ressaltar que a Força Aérea repudia atitudes desta natureza e atua
firmemente para coibir desvios de conduta de seus militares", diz a
nota.
Corrupção: empresa americana diz que pagou propina a FAB.
Entre os mecanismos usados pela empresa para o pagamento da propina
estavam acordos com empresas de fachada, pagamentos a terceiros e
oferecimento de presentes aos funcionários, como pagamento de viagens de
férias, diz o comunicado, que não cita os nomes dos envolvidos .
Um comunicado do Departamento de Justiça dos EUA publicado nesta
quarta-feira (10) informa que a Dallas pagará US$ 14 milhões de sanção
penal por descumprir a lei que pune empresas do país que praticam
corrupção no exterior.
O processo apresenta também trocas de e-mails que teriam indícios de
pagamento de propinas. Em um deles, um dos militares escreve a um agente
de vendas da empresa americana. "Envio as informações da companhia, não
se preocupe. A companhia aqui no Rio mostra o meu nome como sócio e por
isso eu não poderia fazer negócios com você, o TCU [Tribunal de Contas
da União] não permite (risos)", diz a mensagem eletrônica.
O ex-governador de Roraima José de Anchieta Júnior declarou nesta sexta,
por meio de sua assessoria, que 'repudia' quaisquer ilegalidades em
contratos com a Dallas Airmotive.
"O ex-governador vem a público afirmar que repudia qualquer postura
dessa natureza e que vai apurar todos os fatos. Faz questão de reiterar
que está à disposição de todos os órgãos envolvidos para qualquer tipo
de esclarecimento", informou a assessoria de Anchieta Júnior.
G1/montedo.com
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