Na quarta-feira, serão completados
exatos dois anos da primeira rodada de conversas entre o governo do
país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc.
Mas ninguém previa que a semana fosse começar do jeito que começou, com a suspensão imediata das negociações.
A razão disso tudo foi o sequestro pelas Farc do general do Exército colombiano Rubén Darío Alzate, o militar de mais alta patente já capturado pela guerrilha em 50 anos de conflito, e de dois acompanhantes.
A captura levou o presidente do país, Juan Manuel Santos, a anunciar a suspensão das negociações "até que os motivos por trás do incidente sejam esclarecidos e que os três prisioneiros sejam liberados".
Agora, toda a Colômbia e boa parte do mundo se perguntam: como isso afetará o futuro do processo de paz colombiano?
'Sinal de fraqueza'
Nesta segunda-feira, o presidente do Senado colombiano, José David Name, pediu que Santos convocasse todos os partidos do país para uma reunião extraordinária.
Em um comunicado, Name disse respaldar "integralmente" a decisão tomada por Santos (de suspender as negociações) depois do sequestro e de uma série de ações das Farc nas últimas semanas, como o assassinato de indígenas no Departamento (Estado) de Cauca, o atentado a um oleoduto que matou um trabalhador no Departamento de Nariño, o sequestro de soldados no Departamento de Arauca e a morte de um outro soldado no Departamento de Caquetá.
O sequestro reforçou a posição de críticos à negociações de paz, como o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que diz que as Farc "não veem (as iniciativas de paz) como um sinal de generosidade, mas de fraqueza" do qual se aproveitam "para avançar com seus planos criminosos".
Por outro lado, uma rápida liberação dos três prisioneiros, poderia ser interpretado como um sinal de que as Farc desejam de fato atingir a paz - o que poderia até dar novo ímpeto ao processo.
Assim que veio a notícia do sequestro, pipocaram, de todos os lados, pedidos para que o diálogo com as Farc fosse suspenso. Boa parte da sociedade colombiana desconfia das intenções da guerrilha e é cética quanto a uma solução definitiva para décadas de conflito.
Do outro lado, há quem diga que acontecimentos como esse (sequestro) fazem parte de uma negociação em meio a um conflito - e que o governo poderia propor algum tipo de acordo de trégua bilateral.
O problema é que, em situações como esta, o termo "rápido" não tem o mesmo significado para as Farc, a opinião pública e o governo.
Os relatos da captura do general e seus acompanhantes sugerem uma ação isolada de milicianos das Farc, e as comunicações entre eles e o secretariado da organização, que teria de tomar a decisão final, provavelmente levam algum tempo.
Ao mesmo tempo, uma eventual libertação desse tipo não é organizada da noite para o dia, especialmente com as Forças Armadas colombianas tentadas a lançar operações de resgate.
E também existe a possibilidade de as Farc quererem usar esta situação para forçar um cessar-fogo bilateral, algo a que o governo sempre se opôs, ou a negociação de outras concessões.
Isto seria um recuo para o governo: uma das condições para o início do diálogo com as Farc foi a promessa do fim dos sequestros.
Mesmo que o grupo guerrilheiro insista que esta promessa só vale para civis e que a captura de militares e policiais seria prevista "pelas leis da guerra", a maioria dos colombianos discorda desta posição.
O general não foi capturado em uma situação de combate, mas quando visitava um sítio como civil, desarmado e sem uma grande escolta - e, entre os sequestrados, está uma funcionária civil do Ministério da Defesa.
Isso significa que as Farc terão muitas dificuldades para justificar a captura como uma ação legítima de guerra.
Ao que tudo indica, o país parace ter se distanciado do processo de paz no início desta semana. Uma coisa é certa: o destino do general Alzate é fundamental para prever se o caminho para a paz na Colômbia pode ou não ser retomado, pelo menos a curto prazo.
Mas ninguém previa que a semana fosse começar do jeito que começou, com a suspensão imediata das negociações.
A razão disso tudo foi o sequestro pelas Farc do general do Exército colombiano Rubén Darío Alzate, o militar de mais alta patente já capturado pela guerrilha em 50 anos de conflito, e de dois acompanhantes.
A captura levou o presidente do país, Juan Manuel Santos, a anunciar a suspensão das negociações "até que os motivos por trás do incidente sejam esclarecidos e que os três prisioneiros sejam liberados".
Agora, toda a Colômbia e boa parte do mundo se perguntam: como isso afetará o futuro do processo de paz colombiano?
'Sinal de fraqueza'
Nesta segunda-feira, o presidente do Senado colombiano, José David Name, pediu que Santos convocasse todos os partidos do país para uma reunião extraordinária.
Em um comunicado, Name disse respaldar "integralmente" a decisão tomada por Santos (de suspender as negociações) depois do sequestro e de uma série de ações das Farc nas últimas semanas, como o assassinato de indígenas no Departamento (Estado) de Cauca, o atentado a um oleoduto que matou um trabalhador no Departamento de Nariño, o sequestro de soldados no Departamento de Arauca e a morte de um outro soldado no Departamento de Caquetá.
O sequestro reforçou a posição de críticos à negociações de paz, como o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que diz que as Farc "não veem (as iniciativas de paz) como um sinal de generosidade, mas de fraqueza" do qual se aproveitam "para avançar com seus planos criminosos".
Por outro lado, uma rápida liberação dos três prisioneiros, poderia ser interpretado como um sinal de que as Farc desejam de fato atingir a paz - o que poderia até dar novo ímpeto ao processo.
O destino do general
A grande preocupação seria para o caso de o general Alzate permanecer detido ou mesmo ser morto - o que deixaria Santos sob forte pressão para cancelar de vez o diálogo com as Farc.Assim que veio a notícia do sequestro, pipocaram, de todos os lados, pedidos para que o diálogo com as Farc fosse suspenso. Boa parte da sociedade colombiana desconfia das intenções da guerrilha e é cética quanto a uma solução definitiva para décadas de conflito.
Do outro lado, há quem diga que acontecimentos como esse (sequestro) fazem parte de uma negociação em meio a um conflito - e que o governo poderia propor algum tipo de acordo de trégua bilateral.
O problema é que, em situações como esta, o termo "rápido" não tem o mesmo significado para as Farc, a opinião pública e o governo.
Os relatos da captura do general e seus acompanhantes sugerem uma ação isolada de milicianos das Farc, e as comunicações entre eles e o secretariado da organização, que teria de tomar a decisão final, provavelmente levam algum tempo.
Ao mesmo tempo, uma eventual libertação desse tipo não é organizada da noite para o dia, especialmente com as Forças Armadas colombianas tentadas a lançar operações de resgate.
E também existe a possibilidade de as Farc quererem usar esta situação para forçar um cessar-fogo bilateral, algo a que o governo sempre se opôs, ou a negociação de outras concessões.
Isto seria um recuo para o governo: uma das condições para o início do diálogo com as Farc foi a promessa do fim dos sequestros.
Mesmo que o grupo guerrilheiro insista que esta promessa só vale para civis e que a captura de militares e policiais seria prevista "pelas leis da guerra", a maioria dos colombianos discorda desta posição.
O general não foi capturado em uma situação de combate, mas quando visitava um sítio como civil, desarmado e sem uma grande escolta - e, entre os sequestrados, está uma funcionária civil do Ministério da Defesa.
Isso significa que as Farc terão muitas dificuldades para justificar a captura como uma ação legítima de guerra.
Ao que tudo indica, o país parace ter se distanciado do processo de paz no início desta semana. Uma coisa é certa: o destino do general Alzate é fundamental para prever se o caminho para a paz na Colômbia pode ou não ser retomado, pelo menos a curto prazo.
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