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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Estudo mostra que o Brasil não está livre de fortes terremotos


Mapa do megaterremoto no Brasil


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O estudo, publicado recentemente nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, afirma que este poderoso terremoto ocorreu em junho de 1690 nas proximidades de Manaus, quando a cidade não passava de um ajuntamento de poucas cabanas cobertas por palha.
De acordo com o autor da estudo, cientista Alberto Veloso, ligado à Universidade Nacional de Brasília, este tremor teve seu epicentro localizado na margem esquerda do rio Amazonas, aproximadamente 45km abaixo da cidade de Manaus. De acordo com o professor, o sismo foi tão intenso que foi sentido em uma área superior a 2 milhões de km2.

Tsunami no Amazonas
Segundo Veloso, o intenso abalo produziu severos danos no terreno e produziu ondas no rio Amazonas que criaram um pequeno tsunami que inundou as aldeias indígenas nas margens do rio Urubu.

Escombros_do_Terremoto_de_Joao_Camara
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Apesar de ser um evento bastante raro, ele sinaliza que tremores parecidos podem ocorrer em outras regiões do Brasil resultando em acontecimentos trágicos, especialmente em áreas urbanas.

Liquefação
O estudo de Veloso indica que na área epicentral o chão foi completamente revirado. Partes do solo subiram, outras desceram e muitas encostas escorregaram.
No entender do cientista, esses efeitos se devem ao fenômeno conhecido como liquefação, que é a passagem do estado sólido para o líquido, quando rochas saturadas de água perdem a rigidez pela intensa vibração sísmica.

"Não existe nada similar em nossa história. Esse evento foi percebido a mais de mil quilômetros do epicentro e é sem dúvida o maior terremoto brasileiro", afirma Veloso, criador do Observatório Sismológico de Brasília. "As águas do Amazonas balançaram de forma incomum, com tanta força que inverteu o fluxo do rio Urubu, inundando as aldeias a cerca de 5 km de sua foz", completou.
Alberto Veloso na margem do Amazonas
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O estudo de Veloso é alicerçado em relatos dos padres jesuítas Samuel Fritz e Felippe Betendorf, que visitaram em épocas distintas a região epicentral e conversaram com testemunhas dos fatos.

Lições
Que ensinamentos devemos tirar do raro e perigoso tremor? Primeiramente a de que o Brasil não está imune a sismos fortes e potencialmente danosos. Há cerca de 300 anos não se falou de prejuízos materiais ou de vítimas fatais, mas hoje não seria assim.
Aquela região se desenvolveu e há maior exposição de pessoas, de construções e de importantes infraestruturas que não foram desenhadas para resistir a sismos fortes.

Megaterremoto no Brasil
Para Veloso, tremores parecidos com o de 1690 poderão repetir-se, não somente na Amazônia, mas em qualquer outra região brasileira.
Estima-se que um sismo de magnitude 7 aconteça no Brasil a cada 500 anos e um tremor de 5 magnitudes, cada cinco anos, aproximadamente.
Mesmo os abalos menores podem fazer estragos em construções frágeis, comuns pelo país afora. Em 1986 um abalo de 5.1 danificou cerca de 4.500 construções e desabrigou mais de 25 mil pessoas em João Câmara, RN. Já tivemos tremores de 6.1 e 6.2 que só não causaram danos importantes por terem epicentros em áreas despovoadas.

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