Nesta
segunda-feira, o presidente Barack Obama assinou uma ordem executiva
declarando a Venezuela uma ameaça à segurança nacional, impondo sanções a
cidadãos do país e manifestando preocupação com o tratamento dispensado
a opositores. Entre eles, estão figuras-chave das Forças Armadas, a
polícia, o serviço central de inteligência e a promotora que incriminou
os opositores Maria Corina Machado e Antonio Ledezma.
Em
nenhum momento o presidente Obama falou em invadir a Venezuela ou
intervir de alguma forma. Mas, a decisão já causou reações nos
espalhafatosos líderes sul americanos. Ontem o chanceler equatoriano,
Ricardo Patíno, disse, supostamente em nome dos membros da Unasul, que a
Venezuela seria defendida a qualquer custo.
“— Não vamos permitir intervenção estrangeira. Não vamos permitir golpes de Estado.”
Ainda
no mês passado o governo dos EUA recebeu vários militares venezuelanos,
entre eles está o general Rivero e vários ex-seguranças do primeiro
escalão do governo. Um deles foi segurança particular de Hugo Chaves.
Entre as informações passadas por eles estariam várias provas de que
membros do governo de Nicolás Maduro fazem parte de um esquema para
contrabando de drogas com o uso da máquina estatal venezuelana (Veja aqui).
O general Rivero disse na ONU que: “Cuba tiene a 20.000 hombres listos para el combate en Venezuela”
Rivero
passou a ser perseguido por Maduro depois que apresentou ao Ministério
Público , fotos, gravações e vídeos nos quais se vê o General Cubano
Leonardo Ramón Andollo Valdés supervisionando operações militares na
Venezuela
As
declarações dos militares que fugiram para os EUA irritaram bastante
Nicolás Maduro e forneceram informações importantes para Washington.
Maduro
mais uma vez disse que os EUA, em conluio com políticos na Venezuela e
venezuelanos residentes nos Estados Unidos, querem “desestabilizar” seu
país e que estes preparam um golpe de estado contra seu governo.
Maduro na semana passada pediu a Obama que lhe entregue os “conspiradores”.
“Se
o senhor quer realmente fazer um gesto positivo com a América Latina e o
Caribe antes da Cúpula (das Américas), no Panamá, me entregue os
golpistas que estão nos EUA“, exigiu Maduro ao presidente americano.
Há
poucos dias O secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, disse, depois
de se encontrar com o presidente Nicolás Maduro, que a entidade não
aceitará ações desestabilizadoras da democracia.
Observem que Samper usa o mesmo linguajar de Maduro quando se refere aos EUA. “ações desestabilizadoras da democracia”. Sabemos que a na Venezuela atualmente não existe democracia.
Ainda
ontem, o presidente da Assembléia Nacional Venezuelana, Diosdado
Cabello, citado como líder de um cartel de tráfico de drogas, por
militares que desertaram para os EUA, afirmou que os EUA pretendem
atacar militarmente a Venezuela.
Cabello
também deu sinais de que daqui pra frente a escassez de alimentos e
outros itens de necessidade básica, que vem aumentando ao longo dos
últimos meses, deverá ser jogada na conta de alguma interferência
norte-americana.
“—
Rechaçamos as intenções do imperialismo americano, e o que vem pela
frente são ataques militares contra nosso território. Essas resoluções
são usadas pelo imperialismo cada vez que um povo está prestes a ser
atacado. Que armas temos para ameaçar os Estados Unidos? A dignidade.
Esse é o sentimento das cúpulas imperiais que querem colocar suas garras
sobre nosso país, e principalmente sobre nisso petróleo — afirmou
Cabello, destacando que os Estados Unidos não têm envergadura moral para
alegar que na Venezuela os direitos humanos são violados. — A maior
potência do planeta afirma que nós, um país pequenino, somos uma ameaça a
eles.”
Na verdade em nenhum momento os EUA falaram em invadir a Venezuela.
“Autoridades
venezuelanas do passado e do presente que violam os direitos humanos de
cidadãos venezuelanos e se envolvem em atos de corrupção não são
bem-vindos aqui, e agora nós temos as ferramentas para bloquear seus
bens e seu uso dos sistemas financeiros dos EUA“. Foi o que disse o porta-voz da Casa Branca.
O
governo chinês, que mantém um amplo comércio com a Venezuela, também se
manifestou ontem. A mensagem veiculada foi que tem o desejo que:
“Venezuela
e Washington alcancem um entendimento amistoso. Isso é algo que
interessa a todos os países e povos e seria benéfico para a paz e
estabilidade da América Latina.”
Sabe-se
que está em estagio avançado de planejamento a criação da Escola
Sul-Americana de Defesa. O que, para alguns, seria um dos primeiros
passos para a criação de uma força armada comum aos países membros da
UNASUL. O estabelecimento da “cidadania sul-americana” também
fortaleceria esse plano. Contudo, essa idéia comunista de aos poucos
destruir o sentimento de patriotismo, de vínculo com o Brasil,
tornando-nos cidadãos da América do Sul, é rejeitada por grande parte
dos brasileiros, e entre estes, destaca-se os membros das forças
armadas.
Os
militares brasileiros, oficiais e praças, ao contrário de seus
congêneres venezuelanos, bolivianos etc. Ainda que se mantenham
disciplinados e já coexistam com governos de esquerda a pelo menos doze
anos, não se curvaram à doutrinação esquerdista. E isso, e quase só
isso, tem sido sim o grande obstáculo a implementação de ações que já
estão em curso em vários países ao nosso redor.
Aos
ouvidos de muitos brasileiros, a UNASUL e seus planos de acabar com
fronteiras e vínculos nacionais soa como iminente criação de uma espécie
de nova URSS. Sigla que, aliás, lhe serviria muito bem, já que abrevia
perfeitamente União das Repúblicas Socialistas do Sul.
Ainda
que frequentemente nossas escolas e centros de instrução recebam
militares estrangeiros, incluindo aí os venezuelanos, não há, pelo menos
por enquanto, nenhuma possibilidade concreta de que as forças armadas
brasileiras possam combater ao lado de venezuelanos para reprimir a
“invasão” norte-americana, que só existe na confusa mente de Nicolás
Maduro e outros membros de sua quadrilha populista.
Se
os EUA fossem realizar qualquer ação militar na Venezuela isso,
obviamente, seria feito por mar. Nesse caso, os militares brasileiros,
mesmo que quisessem, não teriam qualquer possibilidade de interceptar
ataques norte-americanos. Nossos armamentos são exclusivamente para
dissuasão e defesa de nosso território e jamais conseguiríamos atingir a
esquadra americana com nossos mísseis de pequeno alcance.
Revista Verde e Amarelo.
Fontehttp://www.revistaverdeeamarelo.com/http://saladeestado.blogspot.com.br/
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