Lentamente, mas com
precisão científica, as autoridades da Operação Lava Jato começam a
chegar perto do que havia por detrás dos perdões de dívidas de países
africanos –tão acalentados barra promovidos pelos governos Lula e Dilma.
Sabemos,
desde o começo de 2015, que os empréstimos do BNDES para obras das
empreiteiras no exterior também faziam parte do propinoduto do PT.
Afinal o doleiro Alberto Youssef também atuava em países da América
Latina e da África, entre eles Cuba, Uruguai e Angola –de resto,
geografias em que o ex-ministro José Dirceu prestava consultoria
internacional para empreiteiras metidas até a goela na lama do Petrolão.Em Cuba os 750 contratos constantes da lista do Youssef/ Dirceu registram negócio nas obras do Porto de Mariel. Nestas páginas também são citados negócios no Uruguai, Costa Rica, Argentina, Equador e Angola.
Mas há países africanos que ainda não tiveram os seus santos nomes veiculados.
O truque que não veio a luz ainda é o seguinte: foram perdoados empréstimos antigos (antes do governo do PT) feitos a países africanos. Canceladas tais dívidas, as mesmas empreiteiras da Lava Jato recebiam verbas do BNDES para poder construir lá fora.
É por isso que o deputado Onyx Lorenzoni quer ouvir em depoimento o Luciano Coutinho, do BNDES.
O novo passo é tentar provar o seguinte: os países africanos que tiveram o perdão da dívida só o teriam conquistado tal cancelamento de débitos se contratassem as empreiteiras brasileiras indicadas pelo PT. Então, com sinal verde dado pelo governo federal, os passos seguintes seriam: os países africanos não precisavam mais pagar a dívida com o Brasil; essa grana seria reconduzida a pagar obras de empreiteiras brasileiras; estas empreiteiras tomavam grana do BNDES para poderem operar na África; e, finalmente, todos os homens do governo que facilitavam tal triangulação ganham, das mesmas empreiteiras, milhões e milhões de caixinha.
Ou seja: o perdão das dívidas africanas era o trampolim barra catapulta para enfiar grana no bolso dos corruptos.
Quero refescar a memória do leitores com algumas notícias de perdões africanos, do ano de 2013. Vejam essa por exemplo:
"O governo brasileiro anunciou que vai cancelar ou renegociar cerca de US$ 900 milhões em dívidas de países africanos, em uma tentativa de estreitar as relações econômicas com o continente.
Entre os 12 países beneficiados estão o Congo-Brazzaville, que tem a maior dívida com o Brasil – cerca de US$ 350 milhões, Tanzânia (US$ 237 milhões) e Zâmbia (US$113 milhões).
As transações econômicas entre Brasil e África quintuplicaram na última década, chegando a mais de 26 bilhões no ano passado.
O anúncio foi feito durante a visita da presidente Dilma Rousseff à África – a terceira em três meses – para participar, na Etiópia, do encontro da União Africana para celebrar os 50 anos da instituição.
Além dos três países já citados, também serão beneficiados Senegal, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gabão, República da Guiné, Mauritânia, São Tomé e Príncipe, Sudão e Guiné Bissau.
"O sentido dessa negociação é o seguinte: se eu não conseguir estabelecer negociação, eu não consigo ter relações com eles, tanto do ponto de vista de investimento, de financiar empresas brasileiras nos países africanos e também relações comerciais que envolvam maior valor agregado", disse Dilma. "Então o sentido é uma mão dupla: beneficia o país africano e beneficia o Brasil."
Vejam esse outro trecho extraído da mídia, em maio de 2013:
"A expansão de mineradoras e empreiteiras na África depende de ajuda estatal, e para isso é preciso liquidar as dívidas que não estão sendo pagas, porque o BNDES e o Banco do Brasil não podem financiar projetos em países que deram calote no Brasil. A presidente pretende perdoar ou renegociar a dívida de 12 países africanos, que totaliza quase US$ 900 milhões.
Os beneficiados seriam: República do Congo, Costa do Marfim, Tanzânia, Gabão, Senegal, República da Guiné, Mauritânia, Zâmbia, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Sudão e Guiné Bissau”.
Quando essa parte africana da Lava Jato vier a tona, para as empreiteiras citadas não restará pedra sobre pedra, garantem autoridades ouvidas.
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