EXECUTIVO DA CAMARGO CORRÊA DENUNCIA CHEFE DA ELETRONUCLEAR
USINA DE ANGRA III. (FOTO: FABIO MOTTA/AE) |
O empreiteiro Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa
Construções e Participações, revelou a existência de cartel nas
contratações e pagamentos nas obras da Usina Nuclear Angra 3 e citou o
nome do diretor-presidente da Eletrobrás Eletronuclear – subsidiária
estatal para o setor de energia nuclear -, almirante Otthon Luiz Pereira
da Silva, em sua delação premiada.
Avancini disse que “ouviu dizer” que havia uma promessa de propina para o militar.
A obra da Usina de Angra 3 foi reiniciada em 2009 pelo governo Luiz
Inácio Lula da Silva. Na época, estava orçada em R$ 7 bilhões e com
previsão atual de custar R$ 15 bilhões. A previsão é que ela seja
entregue em 2018.
As obras foram paradas no final de 2014, após deflagração da Operação
Lava Jato, porque as empresas alegaram redução de repasses por parte do
governo.
Quem venceu as obras de construção civil foi a construtora Andrade
Gutierrez, em uma licitação em junho de 1983 no governo Figueiredo
(1979-1985). Em abril de 1986, as obras foram paralisadas.
Depois de 23 anos, em 2009, Angra 3 foi retomada sem uma nova licitação.
A concorrência de 1983 foi revalidada e houve atualizações de valores
com todos os fornecedores e prestadores de serviços.
Construtoras, na época, chegaram a acionar o Tribunal de Contas da União
(TCU) para que fosse feita nova concorrência, uma delas a Camargo
Corrêa. A revalidação, no entanto, foi avalisada pelo plenário do TCU,
em setembro de 2008, ao avaliar o assunto e não impedir o termo.
Com exceção dos dois executivos da Camargo Corrêa e Augusto Mendonça, do
grupo Setal, todas as empreiteiras negam cartel na Lava Jato.
Cartel
Em setembro de 2014 foram assinados os contratos para montagem da usina.
Os dois consórcios vencedores são formados por empresas do cartel
acusado de corrupção na Petrobrás.
Um deles é o Angra 3 (serviços de montagens eletromecânicas dos sistemas
associados ao circuito primário da usina), formado pela Queiroz Galvão
S.A., EBE – Empresa Brasileira de Engenharia S.A. e Techint Engenharia
S.A..
O outro é o consórcio UNA 3 (execução de montagens associadas aos
sistemas convencionais da usina), que tem como sócias a Andrade
Gutierrez, Construtora Norberto Odebrecht, Construções e Comércio
Camargo Corrêa e UTC Engenharia S.A..
COM A PALAVRA, O ALMIRANTE OTHON LUIZ PEREIRA DA SILVA.
O almirante Othon Luiz Pereira da Silva, presidente da Eletronuclear,
negou, por meio de assessoria de imprensa, qualquer irregularidade .
“Não recebi propina nem relativa à obra da Usina Angra 3, nem a qualquer
outra obra. Minha vida é transparente. Vivo da aposentadoria da Marinha
e como presidente da Eletronuclear.”
DIÁRIO do PODER/montedo.com/http://saladeestado.blogspot.com.br/
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