Ladrões não perceberam que ônibus levava 42 militares, afirma general
Veículo com tropa foi assaltado no Paraná; soldado levou coronhada.
'Fizeram certo em não reagir, poderia ter gerado tragédia', diz comandante.
General Flávio Lancia(Imagem: Ivonaldo Alexandre-Agência de Notícias e Gazeta do Povo) |
Tahiane Stochero
Do G1, em São Paulo
Os três criminosos que invadiram um ônibus no Paraná não se deram conta
que estavam rendendo e assaltando 42 soldados do Exército que combatem o
tráfico de drogas no Rio, afirma o general Flávio Lancia, comandante da
Artilharia Divisionária da 5ª Divisionária, no Paraná. Ele elogiou os
militares por não terem reagido.
“Foi uma ação muito rápida, os ladrões estavam em busca de turistas que
se dirigem à fronteira para fazer compras, queriam dinheiro. Perceberam
que o grupo não tinha cara de turismo, não acharam nada de valor e
terminaram a operação rápido”, diz o general.
Lancia explicou que os militares estavam em um ônibus civil contratado para fazer o deslocamento. Não havia escolta.
O grupo está sendo empregado há quatro meses na operação militar Rio de
Janeiro e retornava para Curitiba para um período de descanso de alguns
dias com a família.
O ônibus em que estavam foi bloqueado por um carro e invadido pelos
criminosos na madrugada de segunda-feira (19) na BR-116, na região
metropolitana de Curitiba. Ninguém reagiu e um soldado foi agredido com
uma coronhada na cabeça.
“Eu acredito que os ladrões não perceberam que eram militares, achavam
que era um ônibus de turismo. Não estávamos em uma operação, mas em um
deslocamento civil, em um ônibus contratado para isso. Um soldado foi
agredido, até por tática de intimidação dos bandidos. Sofreu um corte
superficial na cabeça, mas está bem”, afirma Lancia.
Reação adequada
O Exército ocupa a Maré desde junho de 2014 em um processo de apoio ao
governo do Rio de Janeiro para a pacificação da região. Em novembro do
ano passado, o cabo Michel Mikami, de 21 anos, foi morto por traficantes
com um tiro na cabeça.
Dentre os passageiros havia também oficiais, comandantes da tropa do Paraná na pacificação da Maré.
Para o comandante, o grupo fez certo em não reagir pois a tentativa de
render os criminosos poderia ter acabado “em tragédia”. Apenas um
oficial tinha arma particular no ônibus, “que estava em uma bolsa
guardada e não tinha como acessar fácil”.
“Tenho a impressão de que se portaram de maneira adequada, calmos e
evitando o confronto e escalar mais a crise, foi o mais importante, pois
não houve ferimentos graves e maiores problemas. Naquelas
circunstâncias, uma tentativa de reagir e dominar os assaltantes poderia
ter terminado em tragédia. Perderam os bens pessoais e, no mais, o
resultado foi positivo”, defende o comandante.
Carro localizado
Os criminosos levaram alianças, dinheiro, relógios e celulares. Não
foram roubados documentos e cartões de crédito. Segundo o general, a
Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as policiais do Paraná já localizaram
o carro usado na fuga pelos ladrões e um menor de idade, suspeito de
participar da ação, foi detido. O objetivo agora é recuperar o que foi
levado, afirma o general Lancia.
Os militares assaltados integram o 20º Batalhão de Infantaria Blindada
do Exército, localizado em Curitiba, e já estão há quatro meses atuando
na Maré, onde a tropa é trocada pelo Exército a cada seis meses.
G1/montedo.com/http://saladeestado.blogspot.com.br/
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