Hannah Winterbourne é a primeira oficial transexual do Exército britânico.
Percebeu que tinha que fazer a mudança de sexo depois de ter combatido no Afeganistão.
Percebeu que tinha que fazer a mudança de sexo depois de ter combatido no Afeganistão.
O momento em que um militar sai da base para ir para servir numa zona de
conflito é uma experiência que pode definir o resto da vida. Hannah
Winterbourne, capitã no Exército na área de engenharia mecânica e
eletrotécnica, não podia estar mais de acordo. Ela é agora a primeira
oficial transexual do Exército britânico e quando serviu no Afeganistão
ainda era “ele”.
“No Afeganistão eu vivia uma mentira, estava sempre a atuar para todos à
minha volta. Não havia uma pausa para eu parar a atuação. Antes, eu
tinha meu tempo, onde podia ser honesta comigo mesma. No Afeganistão não
podia fazer isso [partilhava a tenda com mais sete soldados], então
esse foi o pontapé que precisei para me assumir, para me mudar e mudar a
maneira como vivia a minha vida”, contou ao Daily Mail.
De Inglaterra para o Afeganistão, até à Alemanha
As viagens com o Exército foram também as viagens da vida da oficial.
Estava a treinar em Campo Bastion, na Alemanha, quando tomou a decisão
que a ia mudar, literalmente. Faria a operação de mudança de sexo.
Desde cedo que já se sentia mulher, mas com a sua profissão era sempre
tratada como um homem. Mesmo quando se assumiu era difícil que a
tratassem de outra forma. O tratamento hormonal deu-lhe “autoconfiança”:
“Agora sinto-me feliz o suficiente para conseguir descer uma rua como
mulher.”
Hannah contou ao Independent que embora tenha havido quem reagisse em
choque, a mudança não afetou o seu dia-a-dia. E justifica: “Não é uma
coisa com que se lide todos os dias no Exército.” A capitã comanda
atualmente 100 soldados e afasta a ideia de que o exército seja
antiquado, acrescentando que é “um excelente empregador” para os
soldados transexuais. E o objetivo é tornar-se ainda melhor. Hannah é a
representante dos transexuais no exército britânico, um departamento que
pretende ser uma ponte, de forma a ajudar na educação e no bem-estar.
A capitã conta com o apoio da organização, da família e com uma
autoestima redobrada que faz com que tenha planos muito ambiciosos para o
futuro dentro do exército.
OBSERVADOR/montedo.com/http://saladeestado.blogspot.com.br/
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