Doença é muito parecida com dengue e transmissão interna já fez 41 pacientes
De acordo com uma nota divulgada nesta quarta-feira (1) pelo Ministério da Saúde, 79 casos de infecção pelo vírus chikungunya foram identificados no Brasil – dos quais 41 foram transmitidos já dentro do país. Os demais 38 casos são, portanto, de pacientes que foram infectados durante viagens a outros países. Desde maio deste ano, especialistas têm alertado ao JB sobre a possibilidade de entrada do vírus no país e da necessidade de intensificação das medidas dos órgãos de saúde para evitar que a doença se espalhe. Os primeiros dois casos de transmissão interna do vírus foram divulgados no dia 16 pelo Ministério da Saúde e atualmente, 13 estados do país já registraram contaminação pelo vírus.
As primeiras transmissões internas registradas no Brasil ocorreram no extremo norte do país, em Oiapoque, no Amapá, na segunda semana de setembro. No Amapá, foram registrados 8 casos, mas 158 casos suspeitos da doença haviam sido reportados pelo município para a Vigilância Epidemiológica do Amapá até o fim do mês. A maior parte dos casos de transmissão interna está na Bahia. São 33 casos identificados e 562 pessoas com suspeitas de febre chikungunya.
No Oiapoque, apesar de o secretário de Saúde de Oiapoque, Oscar Morais, afirmar que o sistema está suportando a demanda, o município já teria decretado situação de emergência por causa da doença desde a última sexta-feira.
Quanto aos casos que entraram no país, São Paulo concentra a maior parte das incidências. Foram registrados 17 infectados no estado. No Ceará foram identificadas quatro pessoas com a doença e tanto no Rio de Janeiro quanto em Roraima, três pacientes foram diagnosticados com a febre. Além desses casos, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal registraram dois casos; Amazonas, Amapá, Goiás, Maranhão e Pará tiveram cada um apenas uma notificação de casos importados.
De acordo com a pasta, os casos importados foram detectados em pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.
Órgãos de saúde em alerta
Desde o final de 2013, um plano nacional de contingência da doença foi preparado. Na época, casos no Caribe haviam sido confirmados. O plano de contingência teria como metas a intensificação das atividades de vigilância; a preparação de resposta da rede de saúde; o treinamento de profissionais; a divulgação de medidas às secretarias e a preparação de laboratórios de referência para diagnósticos da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, medidas de prevenção e identificação de casos foram intensificadas e contariam com o apoio das Secretarias Estaduais de Saúde do Amapá e da Bahia. Para isso, os órgãos de saúde teriam constituído equipes com técnicos destas secretarias para orientar a busca ativa de casos suspeitos e emitir alerta às unidades de saúde e às comunidades. Além disso, teriam sido implementadas ações de bloqueio de casos suspeitos e eliminação de criadouros para conter o mosquito transmissor da doença.
Febre Chikungunya
A doença é parecida com a dengue possui o mesmo vetor – o mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas da doença são febre, dores nas articulações, mal-estar, cefaleia e exantema. Em relação à dengue, as dores nas articulações costumam tser mais intensas na febre chikugunya, mas normalmente a doença é mais branda do que a dengue. A febre chikungunya chegou ao país principalmente por militares e missionários brasileiros que voltaram de missão no Haiti.
Os sintomas costumam durar de três a 10 dias, e a letalidade da doença, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, é rara, sendo menos frequente até que nos casos de dengue.
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