QUEM SÃO OS MILITARES INTEGRANTES DO EI-EMIRADO ISLÂMICO?
Acima: Militante do EI, Tarkhan
Batirashvili, sargento das informações militares da Geórgia, tornou-se
um dos principais chefes do «Emirado islâmico», agora sob o nome de
Abou Omar al-Shishani.
Munidos com esta informação poderemos avaliar, pelo seu verdadeiro significado, o documento apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, a 14 de Julho, pelo embaixador sírio Bashar Jaafari. Trata-se de uma carta do comandante-em-chefe dos rebeldes ESL, Salim Idriss, datada de 17 de janeiro de 2014. Nela pode ler-se:
Graças
a este embrulho de dupla mascara, a OTAN poderá continuar a lançar as
suas hordas de jihadistas (mercenários) contra a Síria, enquanto vai,
ao mesmo tempo, fingindo assim combatê-los.
No entanto, quando a OTAN tiver instalado o caos por todo o mundo árabe, inclusive no seu aliado saudita, ela irá virar o «Emirado Islâmico» contra as duas grandes potências em desenvolvimento, a RÚSSIA e a CHINA. Por isso estas duas potências deveriam intervir desde já e exterminar, no ninho, o exército privado que a OTAN está em vias de fabricar e de treinar no mundo árabe. Caso contrário, Moscou e Pequim, terão, em breve, de os enfrentar no seu próprio solo .
Enquanto a
opinião pública ocidental é inundada com informação sobre a
constituição de uma pretensa coligação internacional para lutar
contra o «Emirado islâmico», este muda discretamente de forma.
Os seus
principais oficiais já não são, mais, árabes, mas sim Georgianos e
Chineses e europeus provavelmente. Para Thierry Meyssan, esta mutação
mostra que, a termo, a Otan prentende utilizar o «Emirado islâmico» na
Rússia e na China mais tarde. Portanto estes dois países devem
intervir, agora, contra os jihadistas, antes que eles voltem para semear
o caos em seus países de origem.
Quem são os combatentes que compõe o «Emirado islâmico»?
REDE VOLTAIRE | BEIRUTE (LÍBANO)
Em outubro
de 2007, o exército dos E.U.A. capturou em Sinjar perto de 606 fichas
de membros estrangeiros desta organização. Elas foram depuradas e
estudadas por peritos da Academia militar de West Point.
Não
obstante, alguns dias depois desta apreensão, o emir Abu Bakr
al-Baghdadi declarou que a sua organização só incluia 200 combatentes
e que eles eram todos Iraquianos. Esta mentira é comparável à das
outras organizações terroristas na Síria que declaram não contar
senão ocasionalmente com estrangeiros, enquanto o Exército árabe
sírio avalia em, pelo menos, em 250 mil o número de jihadistas
estrangeiros (mercenários pagos e muito bem armados pelo ocidente) que
terão combatido na Síria durante os últimos três anos.
Porém,
agora, o califa Ibrahim (novo nome do emir al-Baghdadi) reivindica que a
organização dele é amplamente formada por estrangeiros, que o
território sírio não é mais para os Sírios e o território
iraquiano não é mais para os Iraquianos, mas, sim, que serão para os
seus “jihadistas”.
{n.t.- O termo árabe para o Estado Islâmico do Iraque e do Levante é DAESH, um acrônimo de: al- D awla um l-Islamiya al-Iraq Al- Sh am. Daesh é um acrônimo livre para se referir ao grupo, mas, além disso, o grupo terrorista odeia o nome.
Ele é considerado um insulto, porque soa como o árabe “Daes”, que significa “aquele que esmaga algo sob os pés”, bem como “Dahes”, que significa “aquele que semeia discórdia”.
Desta forma é como os civis árabes e os inimigos dos mercenários se
referem ao grupo terrorista e o grupo não gosta desse nome.”}
Segundo as
fichas apanhadas em Sinjar, 41% dos terroristas estrangeiros membros do
«Emirado islâmico no Iraque» eram de nacionalidade saudita, 18,8% eram
Líbios, e apenas 8,2% eram Sírios. Se relacionarmos estes números
com a população de cada um dos países em questão, a população
líbia forneceu, proporcionalmente 2 vezes mais combatentes que a da
Arábia saudita e 5 vezes mais que a da Síria.
Em
relação aos jihadistas sírios, a sua origem era dispersa pelo país,
mas 34,3% provinham da cidade de Deir ez-Zor que, depois da retirada do
«Emirado islâmico» de Raqqa, se tornou na capital do Califado.
Na Síria,
Deir ez-Zor tem a particularidade de ser povoada, maioritariamente, por
árabes sunitas organizados em tribos, e por minorias curda e armênia.
Ora, até ao presente, os Estados Unidos não conseguiram destruir
senão Governos como o do Afeganistão, do Iraque, e da Líbia, quer
dizer países onde a população está organizada em tribos.
Pelo
contrário, eles falharam por todo lado onde isto não se passava. Deste
ponto de vista, Deir ez-Zor, em particular, e o nordeste da Síria em
geral, poderão, pois, ser potencialmente conquistados, mas não o resto
do país, como se vê desde há três anos.
Desde há
duas semanas uma purga atinge os oficiais magrebinos. Assim, os
Tunisinos que capturaram o aeroporto militar de Raqqa, a 25 de agosto,
foram detidos por desobediência, julgados e executados pelos seus
superiores. O «Emirado islâmico» pretende colocar os seus combatentes
árabes no devido lugar e promover oficiais tchetchenos, gentilmente
fornecidos pelos serviços secretos georgianos.
Uma outra categoria de jihadista fez a sua aparição: os chineses. Desde junho, os Estados Unidos e a Turquia transportaram centenas de combatentes chineses, e suas famílias, para o nordeste da Síria.
Alguns dentre eles tornaram-se imediatamente oficiais do Emirado
Islãmico. Trata-se sobretudo de chineses da etnia rebelde dos Uígures,
da China, mas que são muçulmanos sunitas.
Acima, chineses lutando como
“jihadistas, “Abou Anisah al-Khazakhi, primeiro jihadista chinês do
«Emirado islâmico», morto em combate, (no centro da foto), não era
Uígur mas sim um Cazaque.
Torna-se
claro, desde logo que, a termo, o «Emirado islâmico» estenderá as suas
actividades à Rússia e à China mais tarde, e que estes dois países
serão os seus alvos finais.
Iremos
seguramente assistir a uma nova operação de propaganda da Otan: a sua
aviação expulsará os jihadistas para fora do Iraque, e deixará que
se instalem em Deir ez-Zor. A CIA (como sempre) fornecerá o dinheiro,
armamento, munições e as informações aos «revolucionários sírios moderados» (sic) do ESL (Exército sírio livre
-ndT), que mudarão então de casaca e a utilizarão sob a bandeira do
«Emirado islâmico», como tem sido o caso desde maio de 2013.
À época, o senador John McCain veio ilegalmente à Síria (representando os interesses dos EUA) encontrar-se com o estado-maior do ESL. De acordo com a fotografia difundida (mais abaixo), então, para atestar a reunião, este estado-maior incluía um certo Abu Youssef (ou Ibraim al-Badri
-ndT), oficialmente procurado pelo departamento de Estado dos E.U.A.,
sob o nome de Abu Du’a, na realidade o atual califa Ibrahim. Assim, o
mesmo homem era— simultaneamente— um chefe moderado no seio do ESL e um
chefe extremista no seio do «Emirado Islâmico».Munidos com esta informação poderemos avaliar, pelo seu verdadeiro significado, o documento apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, a 14 de Julho, pelo embaixador sírio Bashar Jaafari. Trata-se de uma carta do comandante-em-chefe dos rebeldes ESL, Salim Idriss, datada de 17 de janeiro de 2014. Nela pode ler-se:
“Informo-vos,
pela presente, que as munições enviadas pelo estado-maior aos
dirigentes dos conselhos militares revolucionários da região Leste
devem ser distribuídos, de acordo com o que foi acordado, por dois
terços aos comandantes de guerra da Frente el-Nosra, o terço restante
devendo ser repartido entre os militares e os elementos revolucionários
para a luta contra os bandos do EIIL (Exército islâmico do Iraque e
do Levante-ndT). Agradecemos-vos que nos enviem o comprovativo de
entrega de todas as munições, especificando as quantidades, e a
qualidade, devidamente assinados pelos dirigentes e pelos chefes de
guerra em pessoa, afim de que possamos encaminhá-los para os parceiros
turcos e franceses”.
Por outras palavras, duas potências da Otan (Turquia e França)
entregaram munições, na quantidade de dois terços, à Frente
Al-Nosra (classificado como membro terrorista da al-Qaeda pelo próprio
Conselho de Segurança da ONU) e, de um terço, ao ESL para que este
combata contra o «Emirado Islâmico», cujo chefe é um dos seus oficiais
superiores. Na verdade, o ESL desapareceu no terreno (de operações-ndT) e as munições foram, portanto, em dois terços enviadas à al-Qaeda e um por um terço ao «Emirado Islâmico».
John McCain em reunião com o estado-maior do exército sírio livre. No primeiro plano à esquerda, Ibrahim al-Badri (agora Abu Bakr al-Baghdadi ), com quem o senador está a iniciar a conversa. Logo em seguida, o brigadeiro- general Salim Idriss (de óculos).
No entanto, quando a OTAN tiver instalado o caos por todo o mundo árabe, inclusive no seu aliado saudita, ela irá virar o «Emirado Islâmico» contra as duas grandes potências em desenvolvimento, a RÚSSIA e a CHINA. Por isso estas duas potências deveriam intervir desde já e exterminar, no ninho, o exército privado que a OTAN está em vias de fabricar e de treinar no mundo árabe. Caso contrário, Moscou e Pequim, terão, em breve, de os enfrentar no seu próprio solo .
Nenhum comentário:
Postar um comentário