Um sequestrador faz um homem de refém no 13º andar do Hotel St. Peter, em Brasília. O refém, que seria um funcionário do hotel, está algemado e veste um colete que teria explosivos. Policiais tentam acessar o quarto onde está o sequestrador no hotel, e toda a área foi isolada pela Polícia Militar. Os hóspedes do hotel saíram às pressas.
De acordo com testemunhas, o sequestrador fez o check-in por volta das 7h30. Às 8h, subiu para o 13º andar e bateu de quarto em quarto mandando os hóspedes descerem e informando que se tratava de uma ação terrorista.
O sequestrador já levou o refém diversas vezes até a sacada do hotel. De acordo com delegado Marcelo Fernandes, o sequestrador já foi identificado, mas seu nome não foi revelado. Ainda de acordo com Fernandes, o homem já teve um cargo eletivo no Tocantins. Fernandes afirmou também que todas as falas do homem têm relação com política. Ele faria críticas, mas sem um foco definido, inclusive citando o caso de Cesare Battisti. O hotel St. Peter é o estabelecimento que ofereceu emprego ao ex-ministro José Dirceu em 2013.
Após manter refém um funcionário de um hotel no centro de Brasília por quase oito horas, Jac Souza dos Santos, de 30 anos, libertou o trabalhador e se entregou à polícia. O agricultor de Combinado (TO) deixou o prédio cercado por policiais civis e foi levado em uma viatura para a 5ª Delegacia de Polícia.
Chorando, a vítima do sequestro, o chefe dos mensageiros do hotel, José Ailton dos Santos, 49 anos, foi levado para um hospital próximo, onde foi submetido a exames e liberado em seguida. O hotel ficou interditado até que homens do Esquadrão Antibombas concluíssem uma varredura em todo o prédio.
Segundo o delegado da Polícia Civil Paulo Henrique Almeida, a arma que o sequestrador usava era de brinquedo. O Esquadrão Antibombas informou que o material amarrado ao corpo da vítima não era explosivo, tratava-se de canos de PVC cheios de serragem e areia.
A motivação do sequestrador ainda é desconhecida. Santos disse a pelo menos uma pessoa próxima que viajaria para a capital federal, onde ficaria famoso. Além disso, deixou ao menos duas cartas de despedida que sugeriam que ele planejava fazer algo como o que fez hoje. Uma das cartas era destinada à mãe do próprio sequestrador.
“É uma carta de despedida, meio desesperada, e na qual ele pede desculpas para todos os familiares por algum ato que venha a cometer”, disse o delegado, citando também a existência de um vídeo, supostamente gravado no último dia 19, em que Santos pede desculpas à família, à imprensa e também à futura vítima.
Ex-secretário municipal de Agricultura e candidato a vereador derrotado em 2008, o agricultor trabalha no comitê de campanha de um dos candidatos ao governo do estado, em Combinado.
Segundo o coordenador do comitê, Maurílio Martins de Araújo, ele é uma pessoa tranquila que, apesar de estar envolvido com a política local, jamais se comportou de forma a gerar qualquer suspeita de que estivesse pensando em fazer algo do tipo. Aparentemente confuso, Santos dizia que explodiria o hotel caso suas exigências não fossem atendidas, entre elas a extradição do ativista italiano Cesare Battisti e a efetiva aplicação da Lei da Ficha Limpa.
Por volta das 8h30, Santos se hospedou no Hotel Saint Peter. Ainda pela manhã, o agricultor subiu ao 13º andar do hotel, bateu na porta dos apartamentos mandando que as pessoas deixassem o prédio, alegando que se tratava de uma ação terrorista. A essa altura, tinha feito um funcionário refém.
Agência Brasil
Sequestrador e refém aparecem de mãos dadas na varanda do hotel
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