O governo dos Estados Unidos da
América intimou ontem brasileiros que têm empresas abertas na Flórida. A
determinação é que só vai permitir a continuidade dos negócios se as empresas
comprovarem que não fazem negócios, envolvendo corrupção, com o governo federal
ou com "estatais" brasileiras. A ordem ameaça até retirar o Green
Card (visto permanente) do empreendedor brazuca que não conseguir comprovar,
através de documentos, contratos e extratos bancários, que está limpo e puro,
em um prazo de 72 horas. A Águia aperta o cerco contra os corruptos
tupiniquins...
A medida de restrição norte-americana
apertando o certo de fiscalização a empresários brasileiros que investem por lá
é interpretada não só como um rigor anti-corrupção, mas principalmente como uma
advertência de que os EUA enxergam o alto risco de uma "escalada
bolivariana" no Brasil, parecida com a da Venezuela, da Bolívia e da
Argentina. O Departamento de Justiça dos EUA, que acompanha ações judiciais
movidas contra a Petrobras na Corte de Nova York, teme a eclosão de uma grave
crise no Brasil, a partir do impasse institucional gerado pelos desdobramentos
da Operação Lava Jato, que afetam a nossa economia: inflação sobe, dólar vai
junto com os juros, e ontem até circulou o boato no mercado de que o ministro
da Fazenda, Joaquim Levy, jogaria a toalha.
Os norte-americanos também viram um
grave indício de como o "bolivarianismo" começa a se manifestar,
concretamente, no Brasil. Não foi vista com bons olhos por colaboradores
norte-americanos anti-corrupção a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal
em conceder perdão judicial ao ex-deputado José Genoíno, ilustre condenado no
processo do mensalão, justamente no delicado momento em que o Procurador-Geral
da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a abertura de 28 inquéritos para
investigar 54 políticos com foro privilegiado, suspeitos de envolvimento no
escândalo do "Petrolão". A turma do Tio Sam lembra que, na Venezuela,
na Argentina e na Bolívia, o primeiro passo revolucionário do governo foi
influenciar decisões do judiciário, em uma clara quebra do equilíbrio entre os
poderes, a fim de legitimar medidas de força ou para aliviar a barra de aliados
com problemas na Justiça.
Nem precisa ser norte-americano para
constatar que a falta de sintonia entre o judiciário e os anseios da sociedade
ficou patente no perdão que o STF deu a Genoíno. Depois de construir uma
maioria no Supremo, graças à perigosa indicação política de ministros nomeados
para a mais alta corte do País, o desgoverno Dilma, acuado com os perigosos
desdobramentos do Petrolão, deu uma demonstração simbólica de que, com o tempo,
mesmo os que forem eventualmente denunciados agora, para serem ou não
condenados em data ainda incerta, podem ter uma esperança muito forte de que
não ficarão muito tempo na cadeia - igualzinho a Genoíno e vários outros "mensaleiros".
Simbolicamente, a decisão do STF
serviu de péssimo exemplo para aqueles réus da Lava Jato que negociam delação
premiada com o juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. Agora,
vários ilustres enrolados no Petrolão terão a chance de seguir o
"conselho" dado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para
que não embarquem nos acordos de "colaboração premiada", preferindo
aguardar pelos acordos de leniência que o governo pretende incentivar, via
Advocacia Geral da União, Controladoria Geral da União, e Tribunal de Contas da
União, dando um drible no Ministério Público e no judiciário.
Fonte:http://www.alertatotal.net/saladeestado.blogspot
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