Foto: Custódio Coimbra / Arquivo Agência O Globo |
SELMA SCHMIDT E VERA ARAÚJO
RIO - Uma megaoperação envolvendo as Forças Armadas, a Polícia Federal e
as polícias estaduais está sendo planejada para combater o contrabando
de armas e drogas nas estradas de Rio, São Paulo, Espírito Santo e Minas
Gerais. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo governador
Luiz Fernando Pezão. Ele disse que vai a Brasília no próximo dia 7 se
reunir com os outros governadores do Sudeste e o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, para discutir o assunto. Os secretários de
Segurança da região também vão estar no encontro. A ideia, segundo
Pezão, é unir esforços para intensificar a fiscalização nas divisas
desses estados.
— Nós pretendemos usar tudo que estiver ao nosso alcance. Com policiais e
os meios tecnológicos necessários, podemos permanecer por cinco dias ou
mais nas divisas — disse o governador.
Sobre os problemas em algumas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) —
principalmente naquelas que ficam em grandes comunidades, como o
Complexo do Alemão e a Rocinha —, Pezão anunciou que o secretário de
Segurança, José Mariano Beltrame, e o comandante-geral da Polícia
Militar, coronel Alberto Pinheiro Neto, anunciarão hoje um plano de
ajustes para o projeto. Ele antecipou apenas que, para frear a onda de
ataques a policiais, os batalhões de Choque e de Operações Especiais
(Bope) vão ser mais atuantes. Nesse ponto, Pezão fez uma crítica às
unidades de elite da PM, que não estariam cumprindo o papel de proteger
os policiais:
— O Choque e o Bope terão uma atuação maior nas comunidades com UPPs, o
que tinha se perdido um pouco nos últimos tempos. Isso vai dar mais
segurança aos policiais que atuam por lá. Pinheiro Neto e Beltrame vão
anunciar uma série de medidas. Tenho participado de diversas reuniões,
pelo menos duas vezes por semana, com eles.
Ele disse ainda que conta com a parceria do prefeito Eduardo Paes para a implantação de projetos sociais nas favelas com UPPs.
— O Eduardo (Paes) está soltando um pacote com escolas em horário
integral em comunidades. Teremos uma escola com curso profissionalizante
na Maré. O Eduardo tem sido um grande parceiro nessa área — afirmou o
governador.
Uma das promessas anunciadas ontem por Pezão foi a de instalação, até o
fim da sua administração, de bases próprias para as Unidades de Polícia
Pacificadora. Atualmente, grande parte delas está funcionando em
contêineres, conhecidos como “UPPs de lata”, o que aumenta a
vulnerabilidade dos policiais que trabalham no programa.
— A construção das bases das UPPs está na fase de licitação. As pessoas
não entendem o porquê da demora, mas é importante explicar que tínhamos
grande dificuldade para construí-las. Isso porque, quando pedimos um
empréstimo, temos que seguir uma espécie de receita de bolo. Exige-se o
Registro Geral de Imóveis (RGI) do terreno, por exemplo. Como é que você
vai ter RGI de uma área em comunidade? Perdemos muito tempo acertando
essas questões. Mas agora as licitações vão andar. Vamos fazer as sedes
definitivas de todas as UPPs. Segurança continua sendo a nossa
prioridade, não em detrimento da educação e da saúde. Sem segurança, não
entra professor (nas escolas), nem médico (nas unidades de saúde) —
argumentou Pezão.
Sobre os ajustes no programa das UPPs, o governador informou que sua
equipe na área de segurança vai propor uma nova experiência: a
instalação de companhias da PM, apelidadas de mini-UPPs, em favelas
menores.
— Eles querem fazer novas experiências com novas ocupações, menores,
adotando a política de proximidade. A ideia será voltar ao ponto inicial
das UPPs, para ver o que deu errado e corrigir os rumos do programa. A
gente sabe que há problemas nas grandes ocupações, como na Maré, na
Rocinha, em Manguinhos e no Complexo do Lins. Estamos reavaliando uma
série de procedimentos. São cerca de 600 policiais que vão reforçar as
UPPs — disse ele, que vai inaugurar hoje, como primeiro ato da nova
administração, uma mini-UPP no Morro do Banco, no Itanhangá.
Outra promessa de Pezão será construir imóveis para policiais militares,
civis e bombeiros. Segundo ele, a aquisição das unidades acontecerá por
meio de crédito consignado, com desconto em folha. O governador
anunciou ainda a construção de batalhões da PM em Nova Iguaçu, Araruama e
Itaguaí.
O Globo/montedo.com/http://saladeestado.blogspot.com.br/
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