Instituição lançou "Campanha Pela Moralidade Nacional" para discutir crise enfrentada por Dilma Rousseff.
Presidente do órgão afirma, porém, que ela não faz referência a um golpe contra o governo
Imagem de protesto antigoverno realizado no último dia 15 em Belo Horizonte (Foto: Marcelo Sant'Anna / Fotos Públicas) |
Elisa Feres
Nesta quinta-feira, o Clube Militar lançou, no Rio de Janeiro, uma ação
intitulada Campanha Pela Moralidade Nacional. De acordo com a
instituição, ela visa propor um debate, junto à sociedade brasileira,
sobre a crise enfrentada pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e
tentar encontrar possíveis soluções. A intervenção militar que vem sido
pedida por alguns manifestantes de protestos anti-PT, no entanto, não é
uma delas. Quem garante é o presidente do órgão, general Gilberto
Pimentel.
"Garanto que isso [intervenção] não tem nada a ver conosco. Os militares
não pensam nisso. Temos uma posição legalista. Aqueles que pedem isso
nas ruas são pessoas exaltadas. E sabemos que existem pessoas exaltadas
dos dois lados", disse ele em entrevista ao Terra .
Pimentel afirmou ainda que nem mesmo um suposto impeachment da
presidente está na pauta de discussões do grupo. Para ele, o mais
importante é debater as motivações dos últimos atos, em especial a
corrupção, e "visualizar caminhos a serem seguidos dentro da ética".
"Somos absolutamente a favor de manifestações. A presidente mesmo falou
que manifestação é a voz do povo. Elas têm que acontecer. Em geral,
demonstram alguma insatisfação coletiva. Mas nós não temos posição
alguma sobre o impeachment. Queremos que o Brasil caminhe sempre dentro
do constitucional. Essa campanha é um apelo do nosso clube pelos valores
que foram invertidos. A corrupção, principalmente. É uma colaboração do
clube neste momento difícil vivido pelo Brasil. O País não merece viver
essa confusão", declarou.
A partir desta sexta-feira, a instituição puiblica, na internet, textos
produzidos por colaboradores que tratam dessas questões. Serão
compartilhados 30 artigos, que posteriormente devem ser impressos e
encadernados.
"Direito das minorias prevalecendo ao da maioria"
"Vou te dar um exemplo. Você viu aquela senhoras do MST [Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra] que invadiram aquela cultura de plantas e
destruíram tudo? Elas também estão sujeitas às leis do País. Se invadem
e arrebentam têm que sofrer punição. A mesma coisa sobre os
caminhoneiros que bloquearam estradas e colocaram fogo em pneus. Era uma
minoria que atrapalhou a maioria que estava nas estradas, indo ou
voltando do trabalho. Isso ocorre em todos os setores. É isso que
quisemos dizer com 'minorias'. Foi um termo genérico", explicou.
TERRA/montedo.com/http://saladeestado.blogspot.com.br/
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