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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Protestos por democracia varrem Hong Kong

Manifestantes ignoram ordens do governo e seguem nas ruas de Hong Kong protestando por democracia. ‘Surda’ a protestos, a China contempla risco de descontrole em Hong Kong
Durante todo o dia houve uma atmosfera carnavalesca. Estudantes distribuíram garrafas de água, biscoitos, pão e bananas para os colegas participantes do protesto. Eles também ajudaram os manifestantes a escalar barricadas. Os autofalantes entravam em ação constantemente. E o protesto foi ganhando maiores proporções.
 Milhares de manifestantes paralisaram um dos mais importantes centros financeiros do planeta, forçando empresas a fechar e fazendo bolsas de valores caírem. Em meio a arranha-céus brilhantes, os participantes do protesto exibiam cartazes exigindo pela democracia.
Fontes: http://dw.de/p/1DNND e http://www.bbc.co.uk/


 PROTESTOS PRÓ-DEMOCRACIA VARREM HONG KONG

Moeda de troca
Essa é a maior campanha por desobediência civil em Hong Kong em anos. Alguns manifestantes carregavam guarda-chuvas decorados com a palavra “revolução”. A ação foi significativa, até para os padrões de Hong Kong, onde as pessoas têm direitos como liberdade de expressão garantidos – ao contrário do que acontece na China continental.
“Nós queremos que Pequim cumpra sua promessa e deixe as pessoas de Hong Kong controlarem a cidade”, afirmou o técnico de informática Joe Cheung, de 41 anos. “Não estamos preocupados com o que vai acontecer. Lutaremos até o fim. Precisamos defender nossa cidade”.
Alguns manifestantes se prepararam até para a violência. Organizadores prepararam tendas de primeiros socorros. A polícia queria tirar os manifestantes do distrito de negócios da cidade, mas ao contrário apenas aumentou o clima de provocação.


 “Não posso acreditar que eles usaram gás lacrimogênio”, afirmou Gary Loong, de 32 anos, que se uniu à multidão depois de sair do trabalho. “Nós não queremos derramamento de sangue. Mas temos que fechar o distrito de negócios pois essa é a nossa única moeda de barganha”.
Inimigo público
Quando a noite caiu, aplausos ecoaram na multidão. Muitos trabalhadores de escritórios se uniram aos manifestantes ou se juntaram em pontes para assistir às cenas memoráveis.
Em diversas ocasiões, muitas pessoas levantaram seus telefones celulares com as luzes acesas. As únicas vaias foram proferidas pela multidão quando manifestantes levantaram um grande retrato de C.Y. Leung, o chefe executivo da região administrativa de Hong Kong. Para os manifestantes, ele é o inimigo público número um e deve renunciar.
 Na noite deste domingo para segunda-feira (29/09), os policiais atacaram o movimento pela democracia com bombas de gás lacrimogêneo, sprays de pimenta e cassetetes. Fontes da própria polícia falam em 38 feridos. Enquanto isso, o governo afirma que as forças policiais foram removidas porque “a situação nas ruas se acalmo

Mas muitos outros moradores de Hong Kong não estão nas ruas e dizem acreditar que os manifestantes estão exagerando nas reivindicações contra Pequim. Eles também dizem temer que protestos crescentes podem levar à instabilidade e à fuga de capitais.
Mas apesar do grande desafio lançado pelos manifestantes, não há sinais de que Pequim está escutando. As manifestações são vistas como ilegais. E como ninguém parece disposto a recuar, o perigo é que os protestos saiam do controle.
O Movimento pró-democracia se fortalece após repressão policial. Protestos são os mais graves desde que ex-colônia britânica passou ao domínio chinês e representam um dos maiores desafios políticos para Pequim em décadas.
 As exigências dos manifestantes
A China governa Hong Kong através de uma fórmula limitada de democracia, que confere relativa autonomia à região, mas não permite eleições independentes.
Os manifestantes querem o direito de escolher livremente seus candidatos, mas Pequim insiste em limitar as eleições de 2017 a um número restrito de nomes fiéis ao governo, com temores de que os apelos pró-democracia se espalhem para o seu território continental.
Os manifestantes também pedem a saída do líder de Hong Kong, Leung Chun-ying, que prometera uma ação firme contra os protestos. A agitação em Hong Kong é a pior desde que a China retomou a ex-colônia britânica, em 1997, após o fim de um acordo de 150 anos..
                                RPR/rtr/afp




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